Um dos primeiros passos para a poupança que tomámos foi chegar à conclusão que queríamos poupar mais mas não saber por onde começar (e até ter a ideia que seria impossível), no entanto, decidimos tentar.
Começámos por apontar as nossas despesas mensais, depois foram acrescentadas aquelas coisas que poderiam ocorrer (como portagens, livros, reparações, etc) e assim ficou pronto um esboço do que seria o nosso plano orçamental. A dita lista foi feita em Excel porque dá imenso jeito poder acrescentar, retirar, somar, subtrair e outras coisas que tal na lista em si (não é estática e molda-se consoante a nossa vontade e as mudanças na nossa vida). Após termos ganho a consciência para onde o dinheiro ia, quanto gastamos mensalmente (em média) começámos a procurar a melhor forma de fazer uma poupança mais acentuada (para além do PPR não fazíamos poupanças quase nenhumas) e entretanto testámos alguns métodos de poupança.
Foi nas pesquisas por métodos de poupança que descobri o método do envelope que é tão simples que até mete dó ... mas foi o que melhor resultou connosco.
Originalmente o método do envelope consiste em subdividir o ordenado por envelopes que estão divididos em categorias (tal como alimentação, renda, poupanças etc). O ideal será também subdividir a "poupança" em várias categorias como p.ex: férias, poupança para futuro, etc.
A ideia é só usar o dinheiro de cada envelope para a categoria para a qual foi destinado e "sofrer as consequências" da má gestão caso ele acabe antes do tempo, ou seja, não usar o dinheiro dos outros envelopes para "cobrir" a falha na gestão e assim aprender a gerir bem o dinheiro.
Cá por casa alteramos um pouco a forma deste sistema: Como usámos as transferências bancárias para as contas fixas (renda, luz, etc) e também não gostámos de andar com dinheiro atrás de nós para as compras* fizemos as contas para o que gastámos mensalmente (daí ser tão importante fazer lista dos gastos), deixámos na conta o que vai ser necessário naquele mês mas levantámos o restante e dividimos por envelopes consoante o que pretendemos poupar e para o quê.
Neste momento tenho 5 envelopes com poupanças para diferentes destinos: quase todos têm um determinado valor ou data como fim, uns com prazo mais próximo e outros com prazos mais distantes, todos têm um limite mínimo de poupança por mês - modesto - para garantir que todos os meses são acrescentadas quantias. Quando sobra dinheiro do que "deveria" ter sido gasto é dividido pelos envelopes ou colocado naquele cujo valor a atingir é mais elevado. Uma das poupanças é para "emergências".
Estamos a testar este sistema desde Janeiro e temos conseguido poupar mais do que alguma vez conseguimos. Este mês acrescentamos mais um envelope: "Escola do B" (onde iremos colocar 20€ mensalmente) para que quando chegue a hora de entrar na primária tenhamos todo o dinheiro necessário disponível para livros e material escolar.
Para o futuro dele (quando for adulto e/ou para a universidade) estamos a pensar colocar o dinheiro que tem no mealheiro a render mas temos que pesquisar bem o mercado, os bancos, as taxas de juro, se compensa abrir conta ou deixar o dinheiro a render durante X anos e outras coisas que tais...(se alguém tiver dicas serão muito bem-vindas)
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* convém sabermos que tipo de pessoas somos: gastamos mais com cartão porque não vemos o dinheiro, ou o tipo de pessoa a quem o dinheiro físico desaparece e tem mais cuidado quando usa o cartão? Eu sou o segundo tipo de pessoa: para mim é mais fácil poupar quando tenho que usar cartão e penso bem mais no que gasto quando tenho que "sacar" do cartão do que quando gasto dinheiro físico - até porque ter dinheiro físico comigo faz com que gaste pouco mas mais vezes, o que faz com que gaste mais.