Eu não sou pessoa de ser muito insistente, de não largar o "osso". Gosto de dar espaço às pessoas tanto quanto gosto que respeitem o meu espaço.
Mas nem sempre isso é algo bom.
Há uns anos atrás uma professora minha contava uma história duma rapariga, novinha, acabadinha de sair da universidade mas com uma ambição tal que era de meter inveja a muitos. Contava esta senhora que a rapariguinha tinha o sonho de trabalhar na empresa X e que durante vários meses tentou, sem sucesso, uma entrevista com o chefe-máximo lá do sitio. Claro que a rapariga enviara o Curriculum mas ela já antecipava não ser chamada, por isso, ia tentando a sorte de conseguir uma reunião com o boss para ver se a coisa lhe corria melhor. Volvidos uns bons meses e sem sucesso, a rapariga passou basicamente a
stalker deste senhor, onde concluiu que o senhor ia todos os dias, a uma determinada hora lanchar, num determinado sitio. Munida com o seu CV e uma coragem (lata?!) total, aproximou-se do senhor, sentou-se de imediato à sua frente (sim sim a lata é uma coisa só para alguns) apresentou-se, contou o que já tinha feito para conseguir trabalhar para a sua empresa, o que achava que poderia dar à empresa e o motivo de o andar a seguir. Se movido pela beleza da moça, se movido pela sua persistência intensa, a verdade é que a rapariga começou a trabalhar 3 dias depois (se fosse nos EUA poderia ter levado uma ordem de restrição... just saying).
Esta é daquelas histórias que volta e meia me assolam à mente, principalmente quando estou perante pessoas "inacessíveis" e quase que me inibo, inconscientemente, de optar por certos caminhos só porque acho que não vou conseguir. É uma espécie de campainha mental para eu me esforçar mais, dar mais de mim, ser mais chata, ter mais lata. Afinal o que tenho a perder?! O "não" está garantido mas o "sim", esse, só passa a ser uma possível resposta caso arrisque!
(Hoje recebi um e-mail, que quase não enviei, com toda a documentação que preciso para um trabalho, assim como autorização para a utilização do mesmo para fins académicos! E eu que pensava que seria impossível...)