quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Por vezes gostava...

... de conseguir viver a vida a pensar somente "temos que aproveitar a vida !"

É algo que não consigo. Sempre pensei no futuro e sempre planeei a minha vida tendo em conta o futuro mas às vezes é uma "seca" ser-se assim. Penso sempre nas consequências de tudo o que faço e do que não faço, penso no como é que as coisas podem influenciar o futuro. 

Se isso é bom para umas coisas é péssima para outras.


sábado, 25 de outubro de 2014

Pânico



Quantas vezes na vida o sentiram?

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Acordo de manhã. Acordo por mim. Sozinha. Estranho o facto do "ratinho" não me ter vindo acordar, pedir o pequeno-almoço ou alguma coisa do género. (É estranho mas não é inédito). Levanto-me, vou à casa-de-banho e entretanto mando um "bom dia" para o ar. Ninguém responde. (É estranho mas não é inédito). Saio da casa-de-banho e vou à sala: ele não está lá. Estranho o facto de ainda não ter acordado - são perto das 9.30h - dirijo-me ao quarto dele e ele não está na cama. Acredito então que o "ratinho" deve andar na cozinha a roubar bolachas ou alguma coisa boa. Vou à cozinha e não está lá ninguém. Entro de novo no quarto dele, no meu, no outro quarto, vejo na sala e na casa-de-banho... não o encontro. Verifico as portas de entrada do piso de cima - estão trancadas, assim como as janelas - tal como deixei na noite anterior.
Lentamente o medo começa a instalar-se. Penso que ele poderá estar na garagem, a jogar naquela televisão onde está o meu hiper-mega-antigo Super Nintendo que o miúdo adora. Seria estranho ele ir para lá sozinho. (Estranho mas não é inédito). Dirijo-me à porta da garagem e está destrancada. Começo a pensar para mim mesma que sou parva afinal ele só deve estar na garagem. Vou à garagem não vejo ninguém. Verifico todas as portas da garagem e estão trancadas. Entro em desespero, o medo instala-se. Grito: BÉ!!!
Ele não responde.
Revisto a garagem.  Não o encontro.
Lembro-me que pode estar escondido no piso de cima (esconder-se é um hábito dele). Subo as escadas e grito por ele outra vez: silêncio.Verifico todos os seus locais preferidos para se esconder e digo "se te estás a esconder sai agora porque vou chamar a policia! Não tem piada!". Ninguém responde.

Lembro-me que ele pode estar no jardim. Ele nunca foi para o exterior sem me avisar primeiro mas há uma primeira vez para tudo.  Estou no jardim e chamo por ele. Ele não responde.  Volto para dentro de casa, subo as escadas grito mais uma vez por ele: silêncio.
Grito outra vez que se está escondido não tem piada, que tem que sair agora porque vou chamar a polícia.

[Mentalmente vem-me à ideia mil e uma coisas que já li sobre o assunto, mil e um raptos dos quais já ouvi falar, coisas que analisei, coisas que vi. Penso naquele serial killer que entrava em casa de mães que estavam somente com os seus filhos em casa para os matar a eles mas para deixar as mães viver. Lembro-me de dados estúpidos, coisas que não me quero lembrar. Lembro-me de ter dito há já algum tempo que o meu maior medo era que ele fosse raptado agora, com 5 anos, porque ninguém raptava crianças com aquela idade para os adoptar. Só haviam 2 destinos possíveis: escravatura ou para órgãos. E o tipo de escravatura mais "inofensiva" não é aquela para a qual raptam crianças aqui.]

Estou a chorar, desesperada, pego no telemóvel e começo à procura no número da policia, enquanto isso estou a calçar os chinelos para ir a casa do meu vizinho (que é inspector da PJ).
Grito mais uma vez: BÉ!!!

E é então que ouço um "QUÊ?"...grito outra vez... torno a ouvi-lo a responder. Entro na cozinha de rompante, não sei bem qual era o meu aspecto mas assim que ele me vê, assim que olha para mim desata a chorar. Agarro-o. Abraço-o. E choro, ele chora comigo. Depois pergunta-me o que foi e eu explico-lhe, pergunto-lhe onde raio estava (na despensa!) e ele chora comigo.
A m*** da sensação que tinha até então não desapareceu logo, ainda está aqui um bocadinho dela... como se nos arrancassem o coração, a mente, a capacidade de pensar, a capacidade de respirar e ficasse somente o desespero. A adrenalina, o coração aos saltos, o âmago completamente revolto, fiquei mal disposta, enjoada, enojada, com medo.

Eu achava que já tinha sentido pânico. Estava tão enganada.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Saga: "À procura de um carro" #5

Acabou... ou talvez não.
Ah e tal então encontras-te o que querias, não é? ehhhh mais ou menos.

Não sei bem como explicar o que aconteceu. Queria um carro pequeno, queria um carro económico, queria um carro com 5 lugares, entre muitas outras coisas.
O que se manteve desta lista? A parte dos 5 lugares e, apesar de ser económico, é bastante comprido (e largo).

O grande problema no meio disto tudo é que fiquei com 2 carrinhas familiares em casa, grandes e espaçosas que não dão jeito nenhum para estacionar naqueles espaços exíguos.

Algures no meio da procura [acho que recalquei a memória porque juro que não me lembro quando a direcção de procura se alterou] mas continuando, algures no meio da pesquisa o meu marido viu ali uma carrinha exatamente como a nossa mas a custar bem menos que o normal - para além disso com um motor mais económico.  O chamado "achado" ou "oportunidade". O que não percebi muito bem foi como é que me deixei levar pela ideia (sim o negócio foi mesmo bom só que não suprime propriamente as nossas necessidades)  é que agora tenho que levar um "trambolho" para a universidade.
Como é que eu me meti nisto???

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Bipolar


Coloco calções e t-shirts na máquina de lavar, preparo sandálias para o B. e tiro roupa fresca do guarda-roupa para vestir amanhã; aproveito também e dobro os gorros e as camisolas grossas. Isto tudo enquanto tenho o AC ligado porque o calor dentro desta casa não se aguenta.


Se me dissessem à umas semanas atrás que os 30º, sol e "calor de estufa", que não vi durante o verão, se abateria sobre nós em fins de outubro acho que teria rido. Hoje morderia a língua.


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Ironias da vida



Tive o meu carro assaltado duas vezes.
Da última vez tinha conseguido um bom estacionamento, num local visível, com bastante movimento.

Enquanto me afastava do carro, olhei para trás, olhei bem para ele ali paradinho, completamente exposto e pensei "hoje está tão visível que é impossível que seja outra vez assaltado".

Imaginam o que me esperava no final das aulas??



(imagem da net, que eu não me lembro de tirar fotos a todas as desgraças da minha vida)
Estava mesmo assim , com o vidro todo partido. 



segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Insólito: Roubaram-me as costeletas!!!


Era sábado e no Jumbo acumulavam-se umas quantas pessoas na fila de espera para o talho. Não costumo comprar a carne lá mas estava mesmo a precisar de comprar carne para o jantar e não chegaria a casa antes do talho fechar.
Tirei senha, esperei que as 15 pessoas que estavam à minha frente fossem atendidas e quando chegou a minha vez pedi espetadas e costeletas... coloquei as costeletas no carro enquanto pedia o resto da carne. O B. estava sentado no carro e um senhor começou a aproximar-se muito dele e mexeu no carro. A mim pareceu-me que estava a tentar tocar no B. e, por isso, puxei o carro mais para mim e coloquei-me entre o senhor e o B. Qual não o meu espanto quando vejo o senhor a fugir com as minhas costeletas!!!


(o senhor "correu" mais ou menos assim)

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Pessoas

Seria suposto encontrar pessoas com grande maturidade... mas alguns parecem criancinhas.

Acho que nunca me conseguirei dar bem com pessoas que gozam com características físicas dos outros. Não sei... é daqueles "turn offs". Eles criticam o aspecto físico dos outros e eu, de imediato, penso que fosse eu mais gorda/feia/magra/baixa/alta/bonita e já não se quereriam dar comigo... pois que quem não se quer dar com pessoas que discriminam assim sou eu. Pronto.

Pelo menos teve a decência de deixar a pessoa com excesso de peso passar antes de sair com comentários como "ele tinha mais mamas que eu"... Não estamos na primária mas pareceu e eu senti-me verdadeiramente envergonhada por aquela pessoa que disse aquilo se encontrar ao meu lado e me ter parecido tão normal até aquele momento. Principalmente porque os comentários se prolongaram durante um tempo considerável e foram completamente despropositados e maldosos.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Já foi

Depois de atrasarem a partida, depois de uma formação, depois de lhe darem uma data fizeram o que melhor sabem fazer: mandar todos os planos à fava, telefonar e dizer "é para amanha de manhã" - Isto no dia anterior à noite, bem tarde.

Engraçado que depois de tanto fazer para ele poder ir fiquei com o coração bem pequenino e com uma vontade enorme de o meter debaixo das minhas saias e não o deixar partir.

Boa viagem.
Boa sorte.
Que tudo nesta vida te corra bem e que sejas feliz.

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

A espera dá cabo de nós

O B. está sempre doente. Sempre. Salvo raras excepções. Será provavelmente a melhor forma para descrever o estado geral de saúde da minha criança.
Para não me perder nos registos das suas doenças e, consequentemente, não perder o registo dos antibióticos que ele tem tomado comecei há mais de ano o registo de medicação que ele teve que tomar.
Em cerca de 22 meses contabilizam-se 15 antibióticos, 2 vacinas orais, 10 anti-histamínicos e nem sei quantos Ben-u-rons e Brufens (o registo é só para os outros). Na sua maioria tomou mais que um antibiótico por mês, alguns no suposto período em que o anterior ainda deveria estar a fazer efeito, os anti-histamínicos não lhe fazem nada e as vacinas orais são coisa que parece entrar e sair no sistema sem que o mesmo se dê conta.

As amígdalas dele estão assim...
...quando ele NÃO está doente.

Quando está doente o espaço parece inexistente (juro que não sei como é que ele respira), as dores de ouvidos são constantes, as febres de 39º, 39,5º e 40ºs são o prato de quase todas as semanas e as faltas à escola é coisa para na melhor das hipóteses ocorrer de mês-a-mês.

Este ano piorou. Um dia destes acordou como nunca o tinha visto: tinha literalmente o pescoço inchado e deformado - parecia que tinha engolido 2 ovos enormes, um de cada lado. Lá fui eu para as consultas de urgência com ele: nenhuma infecção, somente inchaço.
Ontem a febre voltou, 40º, dores de garganta, dores de ouvidos, dores de barriga... no primeiro dia de febre a médica passou-lhe de imediato o antibiótico: "Eu não costumo fazer isto mas já sei que não vai melhorar se não lho passar". E não vai mesmo, sabe-o ela e sei-o eu que acompanhamos isto há uns aninhos.


Estamos há 5 meses à espera de uma carta do hospital para que seja chamado para uma consulta, consulta essa que será o inicio do processo no hospital para que ele seja operado. Supostamente a espera pela carta tem um período médio de 1 ano, depois da primeira consulta pode demorar até 9 meses ele ser operado,ou seja, poderemos ter mais de 1 ano de espera.

Agora andamos à procura de um seguro de saúde que nos permita levá-lo ao privado e acabar com o sofrimento dele e que também o livre de vez da toma constante de antibióticos.