sexta-feira, 9 de maio de 2014

Depois vem ele e faz-me ver a sorte que já tenho


O B. não anda num carro sem a cadeira (chamem-me paranóica, maluca, mãe-galinha ou o diabo a 4 mas não anda). Andámos num carro que só tinha um cinto de segurança - em condições -  no banco traseiro e é óbvio que ficou para a cadeirinha dele. Se não tivesse não íamos (pois, eu sou paranóica, já sei).
Ele viu-me sem cinto e perguntou porque não podia ir sem cinto: eu expliquei-lhe outra vez que o cinto nos protege porque em caso de acidente não temos força para nos segurar e podemos andar aos "tombos", irmos contra os vidros e aleijar-mo-nos muito.
Vai na volta ele coloca o braço à minha frente e eu pergunto-lhe o que ele está a fazer. Diz-me: "é para te segurar". Explico-lhe que, caso aconteça nem eu teria força para o segurar a ele nem ele para me segurar a mim. Explico-lhe que nem o papá nos conseguiria segurar.
Ele olha para mim e desata a chorar. Porquê? Diz que ficou com medo que me acontecesse alguma coisa, que tivéssemos um acidente enquanto eu ia sem cinto e fez-me prometer que não iríamos ter. Agarrou a minha mão e segurou-a com toda a sua força enquanto fizemos 40km ele não a largou e apertava-a com mais força sempre que o carro travava, passava por uma lomba ou fazia uma curva.
Disse-me: "Eu protejo-te mamã".



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